E se eu não quiser um site administrável?
Anos atrás eram comuns os sites programados em html e sem nenhuma área administrativa para possibilitar a alteração, inclusão ou exclusão dos conteúdos.
Antes do WordPress tornar-se quase onipresente, sites institucionais para pequenas empresas eram, em muitos casos, programados diretamente em HTML gerando um custo final reduzido para o cliente, tendo a desvantagem da necessidade de alguém com conhecimentos de codificação caso alguma informação precisasse ser alterada. Essa era já passou. E mesmo assim, eventualmente, encontro clientes que pedem um “site simples, sem administração” porque a expectativa é conseguir custos inferiores. De fato, entregar um site estático pode levar a redução no prazo de montagem, tendo impacto no valor final. Entretanto nem sempre isso é uma verdade. Já me deparei com sites estáticos que consumiram muito mais horas de trabalho comparando-se com outros em WordPress. O que eu acredito e muitos irão concordar comigo: um site que não é atualizado constantemente é um site morto. Explico. Sua empresa não sofre nenhuma mudança? Troca de produtos, acréscimo de novos serviços, mudança de filosofia, novos canais de comunicação? Então por qual razão o site deveria ficar à margem dessas mudanças? O site deve ser o reflexo da empresa, pontuando as mudanças até como meio de informar o mercado oficialmente a respeito dessas movimentações. Se o pensamento é montar um site e “esquecer” que ele existe, saiba de uma coisa: está perdendo uma grande oportunidade de manter um canal importante de comunicação aberto com o mundo.
Não se apegue ao passado
A tecnologia caminha em uma velocidade difícil de acompanhar. Na internet isso é pior ainda. Num espaço de pouco tempo coisas tornam-se obsoletas e são substituídas sem deixar rastro ou saudade. Veja o caso do Flash. Talvez quem tenha iniciado sua vida digital há pouco nem saiba do que se trata. Eu fiz muitos e muitos sites em Flash, vi a ascensão e declínio da tecnologia e olhando para trás é difícil acreditar em quantas ocasiões ouvi “uau!” quando um logotipo entrava na tela cheio de efeitos e cada clique na tela ativava uma animação audaz e um som inesperado. Acontece que novidades desse tipo cansam rapidamente. Depois de um tempo ninguém mais tinha paciência para esperar as barras de carregamento com frases como “Aguarde… Carregando… 10%”. Logo o uso do flash passou a restringir-se a banners e situações pontuais nos sites por falta de tecnologia substituta. E então o mundo do smartphone veio na esteira do iPhone. Foi a pá de cal no Flash. É certo que como um zumbi insistente ele permaneceu habitando os anúncios em portais por algum tempo. Até que todo mundo, incluindo a própria Adobe, admitiram que o morto deveria ir para o caixão. Contei toda essa história para falar de um atendimento que eu fiz um tempo atrás. Era um potencial cliente precisando atualizar informações no site em… Flash! Eu falei com a secretária e não com o dono da empresa. Ela me disse como o chefe gostava daquele site e não queria mudá-lo. Argumentei que qualquer pessoa com smartphone não estava vendo nada e mesmo quem acessava por computador teria problemas para ver o conteúdo. Não interessa. Afinal, ele tem plug-in de Flash instalado e consegue ver o próprio site, mesmo que o resto do mundo não veja. Mesmo que não seja mais possível fazer a manutenção no site. Mesmo que o site pareça… do século passado. Eu tenho dificuldade para compreender esse tipo de apego. Mesmo depois de ter feito alguns sites com resultados que me deixaram orgulhoso, nunca tive pudor em jogar tudo fora e recomeçar. Se o site é o reflexo da empresa, então fico imaginando como deve ser uma empresa com site em Flash.
Pedras no caminho. Você vê, você contorna.
Outros erros que presenciei ao longo dos anos: economizar com hospedagem, subestimar a complexidade da logística de envio (greve dos Correios, problemas com dimensão dos pacotes, áreas de risco onde o serviço postal não entrega…), pensar que uma loja virtual “é melhor do que uma loja física porque não vou precisar de funcionários” ou ideias distorcidas do gênero acabam sempre levando à frustração do negócio. Veja, não quero desanimar ninguém, pelo contrário! Eu acredito que há muito espaço ainda para o crescimento das vendas no mundo virtual, há muito a explorar e isso é ótimo para todos. O que eu quero alertar é que a mesma perseverança, esforço e energia empregados quando montamos uma loja real deve ser empregada na loja virtual. Não é porque você não tem que pintar as paredes, montar prateleiras ou se preocupar com a fachada que significa que é tudo mais fácil.
Acenda as luzes, sinalize a estrada
A internet não é uma rua onde você montaria uma loja. Porque na rua alguém que nem sabe que você existe passa na frente da sua loja, vê a vitrine e ocasionalmente pode entrar e comprar algo. Na internet isso não acontece. Sem divulgação, ninguém vai saber que sua loja existe num mar de milhões de sites. É como tentar encontrar uma loja na cidade à noite com todas as luzes apagadas em ruas sem placas. Por melhor que seja sua otimização, por mais que tenha poucos ou nenhum concorrente (o que eu duvido), não investir em divulgação não é alternativa. Seja divulgação online ou offline, seja falando para todos os seus amigos e parentes, você precisa fazer isso. E pense no processo de divulgação como se fosse uma conta de luz a ser paga todos os meses. Não acredite que a busca orgânica do Google irá resolver sua vida.
Luz no fim do túnel, pote de ouro no final do arco-íris
Os desafios não são poucos e são poucas as pessoas que conseguem percorrer esse caminho totalmente sozinhas e resolver tudo por conta própria. Embora aprender todo o processo de ponta a ponta seja enriquecedor, lembre-se que se o seu foco é vender o seus produtos, deve se perguntar se a “economia” feita não contratando alguém para resolver várias situações de montagem do seu negócio virtual compensam o tempo que irá perder sem efetivamente estar preocupado somente com suas vendas.